Aschaffenburg–Worms (Alemanha) – só 62 km

Bela recepção em Aschaffenburg, na Alemanha.

Bela recepção em Aschaffenburg, na Alemanha.

6 de setembro de 2001

De manhã, havia mais entrevistas com a imprensa organizadas por Ursula. O enorme caminhão da Victorinox estava ali, oferecendo um pano de fundo de montanhas nevadas suíças para os dois Ximangos (o PT-ZAM e o do Werner e Hilmar). A previsão meteorológica para meu vôo a Bruxelas não era boa. Uma nova frente fria já chegava na Bélgica e estava se locomovendo para o leste, na minha direção. Teria que correr para alcançar a cadeia de montanhas de Ardennes, na fronteira entre os dois países, antes do tempo piorar muito.

O Aeroclube de Aschaffenburg generosamente me ofereceu a gasolina para encher os tanques (muito obrigado, amigos!), e decolei às 13h00, escoltado por dois Piper e com as câmeras de TV alemãs filmando. Devido ao teto baixo, pretendia seguir o vale do Reno o maior tempo possível. Além dos moinhos de vento espalhados pela paisagem, havia muitos outros obstáculos – chaminés altas, fios de alta tensão, antenas de rádio e de telefone – tal como era de se esperar numa nação altamente industrializada como a Alemanha. Quando o tempo piorou e me obrigou a voar bem baixo, tive que prestar muita atenção no que surgia à minha frente. Felizmente, o Garmin 430 GPS mostra os fios de alta tensão, mas mesmo assim, nada melhor do que um par de olhos de águia bem grudados na paisagem.

Umas 30 milhas (55 km) antes das Ardennes, a visibilidade caiu para menos de um quilômetro. Não havia como passar, porque não era um problema localizado senão um fenômeno que cobria uma vasta região da Europa. Voltei para trás, procurando um lugar para pousar. Pelo menos, não era como no Oriente Médio, onde o próximo aeroporto pode estar a quilômetros de distância. Com o mapa GPS focalizado numa escala de 20 milhas náuticas, havia quatro aeroportos à minha disposição. Em questão de minutos, estava sobrevoando a cidade de Worms, dei uma olhada, verifiquei a freqüência e pousei. Nunca poderia imaginar que algum dia ia parar por aqui. Eis uma das belezas da aviação leve: você sabe da onde vai decolar, mas nunca sabe onde vai pousar!

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