Gakuen–Kushidagawa Glider Port (Japão) – 220 km

Ao lado do amigo e piloto, Issei, me recebem com flores na Japan Aviation Academy. Emocionante.

Ao lado do amigo e piloto, Issei, me recebem com flores na Japan Aviation Academy. Emocionante.

8 de agosto de 2001

Os maravilhosos mecânicos da JAA (Japan Aviation Academy) terminaram o trabalho no Ximango lá por volta de meio-dia. Após intermináveis telefonemas do amigo Issei Imahashi ao serviço de Alfândega e mais papelada, decolamos em formação, Issei pilotando seu Taifun me acompanhando. Destino: Kushidagawa Glider Port, uma pista particular pertencente ao Ximangueiro e empresário Sr. Kaei Kakuta. Mas primeiro, um pequeno desvio para ver o Monte Fuji, desta vez resplandecente num céu azul acima das nuvens. Infelizmente, no verão, não tem neve, mas mesmo assim fiquei emocionado. Estávamos a 9.000 pés mas depois, descemos até apenas 1.000 pés e continuamos.

A pequena pista, de 580 metros, é incrível. Ela foi construída pelo Sr Kakuta num aterro na baía de Ise. Por isso, quando mandamos um e-mail para ele perguntando a altitude da pista, ele respondeu cinco pés acima do nível do mar. Tinha um vento de través de 19 nós (35 km/h) e fiquei um pouco preocupado, mas uma linha de árvores foi plantada para formar uma barreira de proteção.

Novamente, havia a imprensa à nossa espera: dois canais de TV mais a imprensa escrita. No final do dia, Sr. Kakuta me disse que deveríamos tirar o avião da pista. Não entendi do que ele estava falando. “A pista está muito baixa,” explicou. “Se houver mau tempo com ondas grandes, ela pode ficar inundada.” Ihhh! Então, melhor levar.

Nisso, chegou um carro com reboque. Instalaram o Ximango no reboque e levaram até uma rampa metálica, onde içaram o avião dez metros para cima, para o outro lado de um muro de proteção, onde ficava o hangar! Abastecemos o avião com gasolina de carro de alta octanagem. “Melhor que Avgas para esse motor,” me disse Kakuta. “E melhor que a gasolina brasileira que tem tanto álcool!” Ele recusou pagamento para o combustível, me deixando muito sem graça, mas ele não quis saber.

Me levaram a um excelente hotel na cidadezinha de Ise, a uma hora de carro do Glider Port.

Jantei com Issei e Kakuta, e trocamos muitas histórias de aviador. Estou perdendo minha voz de tanto falar! Amanhã, tenho que acordar muito cedo e tentar decolar por volta das 06h30 hora local. Tenho um longo caminho à frente: 1.700 km até a ilha de Ishigaki, no extremo sul das ilhas Ryukyu.

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