Borobodur, Yogyakarta, Indonésia

O espetáculo do monumento de Borobodor visto de cima. Foto Margi Moss

O espetáculo do monumento de Borobodor visto de cima. Foto Margi Moss

03 de maio de 1991

Ao amanhecer, poéticas penugens de fumaça rosada emergiram do Monte Merapi, o vulcão mais volátil de toda a Indonésia, que se ergue com seu cone perfeito ao lado da estrada que leva ao grande stupa budista em Borobudur. Construído entre 775 e 850 d.C. pelos budistas da dinastia Sailendra, foi misteriosamente abandonado seis anos após sua construção. Pouco a pouco, foi sendo engolido pela selva: a sedimentação e a umidade corroeram-no durante mil anos, até sua redescoberta pelo mundo em 1814. A Unesco promoveu um árduo programa de reconstrução. Readquiriu sua antiga glória em 1983.

Tivemos o privilégio de circulá-lo do alto. Ficamos fascinados com seu desenho geométrico de quadrados dentro de quadrados moldados em um pequeno outeiro e coroado com quatro fileiras circulares. Do chão, estes desenhos não podem ser vistos pelos visitantes que entram pelo portão leste e vão subindo as camadas do stupa. Intricados painéis de relevos em pedra mostram a vida de Buda em batalhas históricas e cenas familiares. As fileiras superiores vão ficando mais simples, representando a aproximação de Buda à Iluminação. Em cima, há três andares de stupas de treliças de pedra, como sinos petrificados. Antigamente, cada um continha uma estátua de Buda. Poucas permanecem, pois a maioria foi roubada por colecionadores de arte.

Do livro “A Volta por Cima”, cap. 17. Editora Record

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