25 de agosto de 2001
Não é permitido a tirar fotos em Djibuti, mas é inacreditavelmente fácil entrar na pista do aeroporto! Cheguei as 04h45 pretendendo decolar ao nascer do sol às 05h45 e consegui fazer toda a burocracia em apenas 10 minutos. Eu sabia que os ventos estariam contra por todos os 1,050 nm (1,930 km), tornando este vôo até mais difícil do que a chegada de Mascate. Segundo meu canivete da Victorinox, que tem medidor de temperatura e altímetro, faziam 34 graus C às 5h30 da manhã!
Com o peso do tanque cheio nesse calor, subi bem devagar. A velocidade no solo ficou na casa de 50 nós, e fiz de tudo para manter a temperatura de óleo na faixa verde, abaixo dos 240 graus C. Meu jeitinho de prender o defletor de ar, mantendo-o mais aberto com arame, funcionou bem. Demorei uma hora para alcançar 9.000 pés (2.700 m) onde encontrei um incrível vento contra. Meu GPS alertou que nesta velocidade (75-80 nos com toda potência), eu não chegaria a Luxor antes do por do sol sem abastecer! Tentei subir na esperança de encontrar menos vento, mas estava tão pesado que não consegui subir mais de 500 pés. Novamente, a bruma seca estava tão intensa que estava voando por instrumentos em turbulência pesada, precisando corrigir o rumo e a atitude do avião a todo momento. Imaginei ser impossível manter esse ritmo estressante por mais 10 horas.
Abaixo de mim, o Mar Vermelho parecia calmo. Com certeza não havia os ventos de 35-45 contra os quais estava lutando, no rumo de 320 graus. Se descesse, iria perder esta altitude conquistada com tanto esforço, mais eu tinha que optar pelo caminho de menor resistência.
Resolvi descer. Bingo. Somente ventos leves, então minha velocidade subiu para 95 nós. Me lembrei dos pelicanos que assistia planando a milímetros sobre as ondas da Baixa Califórnia, voando contra o vento em efeito solo. Para fazer isto, fiquei entre 10-20 metros acima da água: se eu subia um pouquinho, a velocidade caia. Voar tão baixo requer intensa concentração. Dei rasante sobre vários dhows (barcos típicos da região): os pescadores me olhavam assustados. De vez em quando, subia até 50 metros acima do mar para descansar um pouco da tensão e beber água antes de descer de novo. Estava feliz em poder pelo menos ver um horizonte, não tendo que ficar com os olhos grudado nos instrumentos o tempo todo. Olhar para um ponto qualquer fora é muito menos cansativo. A desvantagem foi a temperatura quente àquela baixa altitude: nas primeiras 3 horas, bebi dois litros de água, comprometendo meu estoque de 5 litros guardados para alguma emergência no deserto.
Às 09h00, o vento forte começou, transformando a superfície em mar revolto. Minha velocidade caiu novamente para 80 nós. Sem escolha, tive que subir. Voltei a voar sem horizonte e referência visual, em turbulência pesada, o que era extenuante e me deixou desesperado. Tive que recalcular constantemente meu consumo de gasolina. A 10.500 pés, minha velocidade variava entre 80-95 nós, ainda causando preocupação.
Durante meu vôo em baixa altitude, eu tinha perdido contato com os controladores. Finalmente, após 7 horas no ar, consegui passar minha posição pela primeira vez, para um atencioso controlador de Porto Sudão. Ao passar no través da cidade, o vento mudou para o norte e minha velocidade chegou a atingir 100 nós! A bruma seca estava menos densa e uma linda paisagem do deserto se tornou visível. Tenho paixão pelos desertos e gostaria ter descido para ver tudo de perto, mas não pude arriscar. Somente conseguiria chegar a Luxor se eu mantivesse esta proa e altitude sem interrupções. Na fronteira Sudão-Egito, contatei o controle do Cairo. Minha autorização de vôo estava em ordem. Obrigado Margi e o time da empresa alemã FSI.
Depois de 11 horas e 40 minutos no ar, estava a 30 milhas de Luxor. São e salvo. Eu poderia até chegar ao aeroporto planando. Solicitei uma aproximação visual, mas o controlador me mandou fazer uma final de 15 milhas. Isto me irritou profundamente. Eu estava cansado. Alertei que estava com uma aeronave lenta e preferia não fazer enormes desvios, possivelmente atrapalhando o tráfego aéreo. Ele insistiu. Então, enquanto fazia esta longa e lenta aproximação, aconteceu exatamente o que eu tinha imaginado. Um Boeing 737 chamou o Controle a 25 milhas fora. O controlador ficou em pânico e me mandou executar uma série de voltas de 360 graus.
Eu aterrissei às 17h45 depois de 12 horas e 10 minutos no ar. Fisicamente falando, foi o vôo mais extenuante que já fiz. Estava tonto quando desci da cabine. Minhas pernas tomavam suas próprias decisões sem consultar meu cérebro. Exausto, mas extremamente feliz em estar no solo em Luxor, liguei imediatamente para Margi para dar a boa notícia. Sabia que ela estava especialmente preocupada sobre este trecho
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