11 e 12 agosto de 2001
Pela primeira vez desde a saída do Rio de Janeiro, fiquei dois dias sem tocar no Ximango, que ficou ao outro lado da desembocadura do Rio Pérola, em Macau. Nem por isso, foram dias de badalação! Foi hora de dever de casa: transmitindo os dados da pesquisa, imagens para TV Globo, editando fotos e mandando e-mails. Mas, pelo menos, deu para descansar do manche após o longo vôo sobre o mar para chegar a Macau. Agora, encaro outro vôo, mais longo ainda, sobre o Mar do Sul da China, águas que já engoliram tantos barcos de refugiados vietnamitas…
Em Hong Kong, fiquei feliz de ver como alguns lugares que conhecia quando morei aqui há 20 anos permanecem intocados. O amigo Wolfgang me paparicou muito. Acho que engordei pelo menos um quilo em 48 horas! Nelson Yip e Yammie Siu da Victorinox também ajudaram para que ganhasse algumas gramas a mais.
A cidade de Hong Kong continua muito badalada – é uma pena que não pude acompanhar Wolfgang até as altas horas da noite! Lá pelas 23 horas, estou morto de cansaço. Hoje, domingo, é minha última noite aqui. Tenho que me levantar às 03h00 da madrugada para pegar a barca de volta para Macau às 04h00. William estará à minha espera na Air Luxor. Às 05h40, farei um teste de transmissão para o Fantástico em terra, e a Alfândega está marcada para as 06h00. Se tudo der certo, vou decolar rumo à cidade de Ho Chi Minh, no Vietnã, às 06h30 hora local (19h30 hora de Brasília, no domingo).
Vai ser um vôo estressante: 1.500 km sobre o mar, sem piloto automático. Vou passar ao lado da ilha Hainan, onde o avião espião americano pousou de emergência após o incidente com o caça chinês há tão pouco tempo. Acho que, contabilizando os mexicanos e os japoneses, os encontros que tive com caças nessa viagem já estão de bom tamanho. Quem sabe, consigo passar sem chamar atenção…!
© Todos os Direitos Reservados