5 de agosto de 2001
Com a ajuda de Anatoli e Vladimir, consertamos o canopy do Ximango. E duas senhoras da equipe de limpeza de aviões deram um bom banho no motoplanador, em preparação para a chegada amanhã no Japão.
Mais tarde fomos ao vilarejo de Okhotskoe no ponto mais ao sul da ilha. Ao outro lado do estreito de La Pérouse, fica ilha japonesa de Hokkaido. As principais atividades por aqui são a pesca e a caça, e ambos parecem bem controlados. Dizem que não é difícil avistar algum urso, mas nisso não tive sorte. A floresta também é bem gerenciada. As árvores beiram a estrada em todos os 35 km do percurso e descem até o nível da água dos lagos e do mar, formando paisagens lindíssimas. A ilha Sakhalin, que era japonesa até o fim da Segunda Guerra Mundial, tem apenas 60.000 habitantes.
Amanhã, infelizmente, eu e Yakov seguimos caminhos diferentes. Yakov vai a Moscou, a uma grande feira aeronáutica. Eu devo decolar às 08h30 para um vôo de 6-7 horas a Niigata, na costa oeste da ilha japonesa de Honshu. Vou ficar triste de ir embora da Rússia, onde as pessoas têm me mostrado tamanha generosidade e amizade. Fiquei surpreso com o número de pessoas que falam inglês nos lugares remotos onde pousamos, porque meus conhecimentos de russo continuam nulos. É encorajador visitar lugares onde o povo ainda mantém firmes os tradicionais valores de família – valores menosprezados em nossa sociedade urbana que gostamos de chamar de moderna.
Sorte minha, também, que o tempo (além do fog lá no norte) foi maravilhoso. Vamos ver o que me espera agora. Sei que há um furacão, como eu, a caminho do Japão. Espero que eu não cruze com ele. Uma vez na vida – quando lutei durante cinco dias para salvar nosso monomotor Sertanejo de um furacão na Samoa Ocidental – é o suficiente.
Veja http://weather.is.kochi-u.ac.jp/FE/00Latest.jpg
© Todos os Direitos Reservados