23 de julho de 2001
A boa intenção era consertar o piloto automático e decolar para a cidade de Nome. Na oficina, Rob e Steve conseguiram estabelecer a origem do problema. Parece que foi um fusível e o soquete que valem 15 centavos e indicavam uma falha parcial. Obviamente, o conserto saiu por muito mais do que 15 centavos, mas estou grato a eles por terem achado uma solução. Visto que o problema era intermitente, há ainda uma possibilidade do fusível não ser totalmente responsável pela falha do aparelho, mas só vou saber de verdade durante o vôo para Nome.
O conserto foi feito mas o tempo em Nome não colaborou e já na parte da tarde, a chuva chegou a Fairbanks, onde a temperatura começou a descer para 15 graus, mais razoável para um lugar tão perto do Circulo Polar Ártico. Há uma baixa pressão ao nordeste, e uma alta pressão ao sul de Nome, resultando numa frente estacionária que está trazendo muita umidade do oceano frio para a península Seward. Houve neblina e um teto de apenas 300 pés até o final da manhã. Nós, quero dizer eu e Yakov, optamos para tentar um vôo de manhã e assim, ter o dia inteiro para poder chegar a Nome. Se necessário, podemos sempre aterrissar em algum povoado esquimó nas margens do rio Yukon pelo caminho.
Mandei três pacotes de bugigangas pelo correio para abrir espaço para Yakov na cabine. É incrível como, independente das restrições que a gente tem, sempre viajamos com bagagem demais – e desta vez, não posso culpar minha esposa Margi! Estou contente com a nova arrumação: temos acesso fácil ao bote salva-vidas, aos dois coletes e à sacola à prova d’água que contem o kit de sobrevivência. Perdemos a facilidade de direcionar a antena para conectar à Internet em vôo, mas é um pequeno sacrifício. A chegada do Yakov me obrigou a arrumar o emaranhado de fios elétricos e conectores que antes ocupavam o assento do co-piloto.
Com isso, uma nova etapa, bem emocionante e sem dúvida cheia de descobertas, está para começar.
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