22 de junho de 2001 por Margi Moss
Depois de quase um ano de preparação, pensando nos mínimos detalhes, estávamos com as horas contadas para ver a partida final do Ximango. Que emoção! Nesta noite tenho certeza que cada um de nós da equipe, teve um pensamento. Lembrei do começo de janeiro quando comecei a trabalhar com o projeto. A luta por patrocínio para viabilizar que tudo saísse do papel, a luta incessante do Gérard em convencer as empresas deste importante projeto em prol da pesquisa ambiental. Conversas intermináveis com engenheiros da Aeromot sobre o Ximango. Uma energia toda em prol deste maravilhoso projeto.
Tudo muito novo e desafiador. Não bastava ser a primeira volta ao mundo de motoplanador. Tínhamos duas pesquisas de poluição atmosférica a fazer, desenvolvidas com equipamentos super leves uma vez que não podemos exceder em peso.
Transmitir imagens ao vivo para a televisão brasileira com a aeronave em vôo, parecia uma loucura até Gérard realmente conseguir toda a tecnologia necessária. Quem acompanhou isto de perto sabe que ele teve que convencer quase meio mundo para conseguir tudo isso.
O projeto dia a dia se transformava em realidade e agora estava com as horas contadas para partir. Uma sensação de orgulho misturada com ansiedade. Estes pensamentos vinham em flashes, como se já toda uma história, um livro tivesse sido escrito.
Gérard mesmo com toda a tensão da partida, se portava como um líder, agradecia toda a equipe com palavras carinhosas de incentivo. Aparentemente não demonstrava nenhuma preocupação. Todos nós estávamos bastante orgulhosos pois na verdade ninguém pode negar que este projeto elaborado por ele, até há meses atrás estava escrito em poucas folhas de papel e depois de muita luta estava agora com asas reais. Asas que planarão pelo mundo todo. Asas que nos levarão por muitos lugares, ao sabor da liberdade e do vento. Ao sabor das Asas do Vento.
Com estes pensamentos foi difícil dormir, mas as primeiras luzes do dia já anunciavam mais um dia.
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