9 de janeiro de 1992
– Voilà notre chambre d’amis, – disse, apontando para um pequeno bangalô a uns 20 metros de distância. – Se gostarem dele, podem ficar aqui conosco.
Como recusar um convite para passarmos mais um tempinho no paraíso? Durante dois dias curtimos o bangalô, sorvendo cada instante de tranqüilidade. À medida que os vôos mais críticos se aproximavam, cada momento de felicidade era de enorme importância. Nos deliciávamos com as coisas mais simples: o vento que vinha das plantações de coco soprando através das paredes trançadas; deitarmos nos colchões, no chão, olhando o verde brilhante das águas pela porta aberta, a poucos metros de nós.
Ao amanhecer, a lagoa era uma aquarela em tons suaves até que o sol nascia por trás das palmeiras, transformando o dia numa tela de cores fortes. Tobia e Gérard pescavam paaihere, que assávamos na brasa ou Titine preparava palu ore, o delicioso prato taitiano de peixe cru, marinado em suco de limão e leite de coco. Jantávamos sob as estrelas, conversando até bem tarde, e um mapa foi providenciado, pois queriam ver todos os lugares que visitáramos.
Do livro “A Volta por Cima”, cap. 22. Editora Record
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