22 de outubro de 1989
Ficamos no Quênia quatro meses. É um país de impressionante beleza natural. Viajamos por todo o lado, ressuscitando recordações da infância em Nakuru, Samburu, Maasai Mara, Amboseli, Tsavo. É impossível se cansar de seus espetaculares horizontes: savanas amareladas repletas de vida selvagem; montanhas cobertas de neve e impressionantes vulcões; lagos refletindo o tom rosa dos flamingos; a silhueta do espinheiro com o sol poente ao fundo.
Um belo dia, pegamos a estrada para a Tanzânia, numa velha Kombi que compramos para nossa locomoção. A estrada para Namanga cruza um cenário intocado, coberto por espinheiros e afloramentos rochosos onde os maasai põem seu gado para pastar em perfeita harmonia com zebras e impalas, gazelas Thompson e girafas, todos visíveis da estrada. Quando eu era criança, nunca saímos de Nairóbi sem ver animais selvagens vagando livremente perto das estradas. Eu e minhas irmãs competíamos para ver quem os veria primeiro. Fiquei feliz, pois mesmo em proporções menores, isso ainda é possível no Quênia de hoje.
Do livro A Volta por Cima – Ed. Record
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